Governança represada: assimetria de poder e resistência no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/inter.v24i2.3545

Palavras-chave:

Comitê de Bacias Hidrográficas, Estado, governança, assimetria de poder, Paraná

Resumo

Abordamos a tríade Estado, água e poder na gestão hídrica do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi (CBHT), localizado no estado do Paraná. Nosso objetivo é compreender os processos que evidenciam a assimetria de poder na governança do CBHT como expressão das relações de forças que procuram controlar as principais decisões políticas sobre os usos da água. Metodologicamente, adotamos uma abordagem qualitativa com perspectiva descritiva e baseada em dados documentais e entrevistas. Ao final, afirmamos que a crônica lentidão, a escassez de recursos e a centralização decisória constituem e perpetuam a assimetria de poder nos novos arranjos de governança. Esse quadro, apesar do histórico de resistência de representantes da sociedade civil, é estratégico para represar demandas democráticas por sustentabilidade na gestão da água e privilegiar interesses de seus grandes usuários. As “falhas” de governança têm no Estado um agente e um espaço estratégicos para favorecer a apropriação da água como matéria-prima e diluente de resíduos a baixo custo, enfim, utilizada como água “barata”. Dessa forma, custos de uma apropriação desigual da água são socializados para a sociedade e para a natureza  no processo de mobilização dos fluxos de água da bacia hidrográfica do Tibagi, segundo o tempo e a lógica dos fluxos financeiros do circuito global do capital e das forças políticas dominantes na escala regional.

Biografia do Autor

Josiane Rowiechi, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Mestra em Administração pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Bacharel em Administração pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (FECEA). Professora na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), campus Apucarana.

Kauana Rosa da Silva, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Mestra em Administração pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Bacharel em Administração pela Faculdade Anhanguera de Joinville. Tutora eletrônica na Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR).

Benilson Borinelli, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Mestre e bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Curso de Administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Fabio Luiz Zanardi Coltro, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pela University of Cambridge (UC). Mestre em Geografia pela UEL. Especialista em Bioética pela UEL. Graduado em Marketing e Propaganda pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).

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Publicado

2023-07-19

Como Citar

Rowiechi, J. ., Silva, K. R. da, Borinelli, B. ., & Coltro, F. L. Z. (2023). Governança represada: assimetria de poder e resistência no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi. Interações (Campo Grande), 24(2), 555–571. https://doi.org/10.20435/inter.v24i2.3545