Realimentando discussão sobre teoria de Desenvolvimento Local (DL)
DOI:
https://doi.org/10.20435/interações.v8i13.472Palavras-chave:
Comunidade e Desenvolvimento Local, agente de Desenvolvimento Local, comunitarização para Desenvolvimento Local.Resumo
O presente texto foi elaborado com a principal finalidade de subsidiar os ex-alunos da disciplina “Teoria doDesenvolvimento Local (DL)”, do Mestrado em Desenvolvimento Local/UCDB, a continuarem discutindo eaperfeiçoando as dimensões teórico-conceitual e teórico-operacional do DL. Em estilo bastante coloquial, os aspectosdestacados no texto concernem, primeiro, à triangular relação DL-comunidade-sociedade e, segundo, à importânciada ação dos Agentes-do-DL em espaços funcionais de: retaguarda, por influência em seus ambientes ou entidades devinculação profissional; vanguarda, ou de efetiva militância nas próprias comunidades-localidades visadas pelo DL;ou do trabalho simultâneo nos dois espaços funcionais anterioresReferências
Observa-se, primeiro, que todos os itens bibliográficos presentes nesta Notas constituíram, no todo ou em parte, textos-básicos para a disciplina “Teoria do Desenvolvimento Local” e, segundo, que a conceituação de Desenvolvimento Local (DL) – visada como pedra-angular para o arcabouço teórico do DL – consta de: a) ÁVILA, V. F. et al. Formação educacional em desenvolvimento local: relato de estudo em grupo e análise de conceitos. Campo Grande: Editora UCDB, 2000. p. 68-74; b) ÁVILA, V. F. Pressupostos para formação educacional em desenvolvimento local. INTERAÇÕES – Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Campo Grande-MS: UCDB, v.1, n.1, p. 68-70, set. 2000; c) ÁVILA, V. F. Cultura, Desenvolvimento Local, solidariedade e educação. Campo Grande-MS, Mestrado em Desenvolvimento Local /UCDB, 2004, p. 26. Disponível em: .
Essa tipologia de “relacionamentos” é aqui focada de modo extremamente sintético, ou essencializado, mas (em: PIERSON, Donald. Teoria e pesquisa em sociologia. 11.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1968) abrange amplas complexidades configurativas, que vão da “Herança Social” (Cap. X, p. 135-141) à ambivalência “Isolamento e Contato” (Cap. XI, p. 143-162), ao “O Processo de Interação [...]” (Cap. XII, p.163-175), à “Interação Simbólica e Não-Simbólica” (Cap. XIII, p.177-185), e assim por diante.
As dimensões identitárias individuada e coletiva são analisadas às p. 36-38 do item bibliográfico mencionado à Nota 1-a supra.
Cf. ÁVILA, V. F. A pesquisa na vida e na universidade. 2. ed., Campo Grande-MS: UFMS/UCDB, 2000. p.56-58.
Itens bibliográficos e respectivas páginas para localização da conceituação de DL indicados à Nota 1.
Cf. item bibliográfico à Nota 1-a, p.71.
Esta questão é também considerada no item bibliográfico referido à Nota 1-b, acima, p. 70-73.
No que respeita à amplitude especificamente municipal, a questão é trabalhada – em ÁVILA, V. F. No município sempre a educação básica do Brasil. 2.ed., Campo Grande-MS: UCDB, 1999 – no prisma da autogestão municipal da educação e de outros serviços sociais básicos.
Ainda antes de se falar em Desenvolvimento Local no Brasil e referindo-se à amplitude especificamente municipal, o livrete também indicado como texto-base da disciplina (cf. ÁVILA, V. F. Municipalização qualitativa para o desenvolvimento. Campo Grande-MS : UFMS/ PREG, 1993) já focava a “municipalização” nessa perspectiva (p.24-25, com destaque maiúsculo original): O QUE DEVE SER MUNICIPALIZADO NÃO SÃO ÔNUS, ENCARGOS E SERVIÇOS DE QUALQUER NATRUEZA; O QUE PODE E DEVE SER MUNICIPALIZADO (OBJETIVANDO A ENDOGENEIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MATERIAL, ESPIRITUAL E CULTURAL DE TODOS OS SEGMENTOS POPULACIONAIS, BEM COMO CRIANDO E IMPLEMENTANDO CONDIÇÕES PARA A EFETIVA FORMAÇÃO DA CIDADANIA E DA NAÇÃO BRASILEIRA) SÃO A CAPACIDADADE, A COMPETÊNCIA E O PODER DE GESTÃO, PELO PRÓPRIO MUNICÍPIO, DE SOLUÇÕES E RESPOSTAS AOS PROBLEMAS, ÀS NECESSIDADES E ASPIRAÇÕES BÁSICAS, AFETOS DIRETA E COTIDIANAMENTE ÀS POPULAÇÕES LOCALIZADAS NESSA UNIDADE GEO-HUMANA; SÃO NORMALMENTE PROBLEMAS, NECESSIDADES E ASPIRAÇÕES RELACIONADAS COM EDUCAÇÃO BÁSICA, SAÚDE, SANEAMENTO, HABITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO, TRANSPORTE SOCIAL, COMÉRCIO, INDÚSTRIA, LAZER, CULTURA, DESPORTO, AGRICULTURA, PECUÁRIA, ARTESANATO, ESTRADAS VICINAIS, MEIO-AMBIENTE, ORGANIZAÇÃO DE CORPORAÇÕES, ETC., SEGUNDO AS POTENCIALIDADES, PECULIARIDADES E CONDIÇÕES DE CADA MUNICÍPIO.
Cf. localização de conceito indicada na Nota 1-a-b-c. 11 Detalhes explicativos no item bibliográfico à Nota 1-c sobre: DnL, p. 22-23 e DpL, p. 23-25. 12 KUJAWSKI. Gilberto de Mello. A crise do século XX. 2.ed., São Paulo: Ática, 1991, p. 203-204.
Entendeu-se oportuno manter o anonimato em virtude de que os textos formulados por todos os alunos se limitaram a exercitações acadêmicas sobre performances pessoais de compreensão das dimensões teóricas do DL, visando rediscussões posteriores como as que inclusive este texto de alguma forma pretende alimentar.
Em outro texto-base da disciplina (cf. ÁVILA, V. F. Educação escolar e desenvolvimento local: realidade e abstrações no currículo. Brasília : Plano, 2003) se conclui (p. 92) que: Em termos de formação de gerações, tudo pode começar pela educação escolar, da educação infantil à de nível superior, por desafiadoras experiências que conectem realidades de vivência com respectivos conteúdos e fórmulas científicas ao longo da vida-currículo-escolar. E esta é a idéia de fundo que permeou todo o presente trabalho.
A importância da intercomplementaridade entre formação e educação no processo de Desenvolvimento Local é analisada e enfatizada nos itens bibliográficos aludidos à Nota: 1-b (p.63-64), 1-c (p. 10-11) e em todo o livro referenciado à Nota 14.
Já no item bibliográfico à Nota 1-b (p. 74) se diz que: As funções de todos os agentes (ou actores, como se emprega muito em espanhol) externos – economistas, engenheiros de todas as especialidades, químicos, psicólogos, advogados, professores, etc – que se envolverem em processo de desenvolvimento local s e configurarão fundamental e estrategicamente como de cunho formativo-educacional. Por outra, no item aludido pela Nota 1-a (p. 67) enfatiza-se que: [...] o agente de desenvolvimento local de fato age (do verbo agir), mas com finalidade, função e compromisso exclusivos de agenciador/intermediador (do verbo agenciar) na direção comunidade ¨ desenvolvimento (e não na inversa: desenvolvimento ¨ comunidade), ou seja, trabalhando e influenciando para que a comunidade mesma desabroche capacidades, competências e habilidades de desenvolvimento, sem a imediatista pretensão de querer levar o desenvolvimento para a comunidade ou de querer erigir iniciativas desenvolvimentistas na comunidade, que não fluam de seu real estágio de cultura, condições e política de progresso coletivo. Por essa ótica, pode-se entender, sem exagero, que o autêntico sentido de agenteagenciador/ intermediador, aqui considerado, não é senão o de pedagogo comunitário ou maiêutico indutivo do desenvolvimento local em relação a todo o seu agir na comunidade localizada, a exemplo da metodologia maiêutica que Sócrates aplicava em seus discípulos. Essa mesma questão do Agente-do-DL como profissional-maiêutico do DL é mais extensamente explicitada no texto indicado pela Nota 1-c, p. 29-32
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