Autocorrelação espacial: desempenho econômico dos municípios catarinenses entre 2012-2020

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/inter.v25i3.3910

Palavras-chave:

índice de Moran, cluster, aglomeração espacial, autocorrelação espacial, desempenho econômico

Resumo

A concentração espacial de empresas e indústrias tende a atrair novas empresas para o mesmo local, gerando aglomerações produtivas e econômicas. Estudos são realizados para identificar as consequências, em especial os benefícios da aglomeração econômica. Este estudo tem como objetivo analisar as aglomerações geográficas com base no desempenho econômico dos municípios do estado de Santa Catarina no período de 2012 a 2020, por meio da autocorrelação espacial. Realizou-se o teste de dependência espacial pelo índice de Moran Global e Local. Os resultados revelam a formação de aglomerações com municípios autocorrelacionados espacialmente, tanto com alto desempenho econômico (alto-alto) quanto com baixo desempenho (baixo-baixo) com um padrão estável ao longo do período. O estudo contribui para a compreensão das disparidades regionais referentes ao desempenho econômico, destacando o papel das aglomerações e do salário como fatores relevantes. A pesquisa demonstra a necessidade de políticas públicas que considerem as disparidades regionais no estado, visando à promoção do desenvolvimento em todas as regiões.

Biografia do Autor

Sérgio Begnini, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Doutor em Administração pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Atua como professor do Programa de Pós-Graduação em Administração na UNOESC e como administrador na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). 

Carlos Eduardo Carvalho, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Doutor em Administração e Turismo pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Professor pesquisador no Mestrado Profissional em Administração e no Doutorado em Administração da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). 

Carlos Ricardo Rossetto, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente, é professor visitante na Universidade Nacional de San Agustin (UNSA), Instituto Politécnico de Setubal e ISEG (Universidade de Lisboa). Professor titular da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA/Mestrado e Doutorado) e do Programa de Mestrado Profissional em Gestão, Internacionalização e Logística (PMPGIL).

Referências

ALMEIDA, E. Econometria Espacial. 1.ed. Campinas: Alínea, 2012.

ANSELIN, L. Local Indicators of Spatial Association – LISA. Geographical Analysis, Ohio, v. 27, n. 2, p. 93–115, 1995.

BEGNINI, S.; CARVALHO, C. E. Identificação de clusters industriais: um estudo quantitativo no estado de Santa Catarina. Interações, Campo Grande, v. 22, n. 2, p. 489–512, 2021. https://doi.org/10.20435/inter.v22i2.3206

BIKA, Z.; ROSA, P. Regional economic performance and the differential prevalence of corporate and Family business. Journal of Enterprising Communities: People and Places in the Global Economy. [Ahead-of-print], n. 16, v. 2, p. 238–59, 2020.

CAMPOS, F. R.; ESTANISLAOU, P. A polarização e as desigualdades regionais no Brasil. Revista Capital Científico, Guarapuava, v. 7, n. 1, p. 35–45, 2009.

CANO, W. (Des)Industrialização e (Sub)Desenvolvimento. Cadernos do Desenvolvimento, Rio de Janeiro, n. 9, v. 15, p. 139–74, 2014.

CAPELLO, R., CARAGLIU, A. Modelling and Forecasting Regional Growth: the MASST Model. In: COBOMBO, S. (Ed.). Spatial Economics Volume II: Applications. Milano: Palgrave Macmillan. 2021. p. 63–88.

CIMA, R. G.; URIBE-OPAZO, M. A.; ROCHA JUNIOR, W. F.; FRAGOSO, R. M. S. A spatial analysis of western Paraná: scenarios for regional development. G&DR, Taubaté, n. 17, v. 2, p. 151–64, 2021.

COENEN, L.; ASHEIM, B.; BUGGE, M. M.; HERSTAD, S. J. Advancing regional innovation systems: what does evolutionary economic geography bring to the policy table? Environment and Planning C: Politics and Space, Thousand Oaks, n. 35, v. 4, p. 600–20, 2016.

DURANTON, G.; PUGA, D. Micro-foundations of urban agglomeration economies, Cap. 48, 2063-2117. In: HENDERSON J. V., THISSE J. F. (Ed.). Handbook of Regional and Urban Economics, North-Holland, 2004. v. 4.

FANG, L.; DRUCKER, J. How Spatially Concentrated Are Industrial Clusters?: a meta-analysis. Journal of Planning Literature, Ohio, n. 36, v. 4, 2021.

FEDERAÇÃO CATARINENSE DE MUNICÍPIOS [FECAM]. Remuneração Média dos Trabalhadores Formais dos Municípios Catarinenses. Portal FECAM, Florianópolis, 2020. Disponível em: https://indicadores.fecam.org.br/indice/estadual/ano/2022/codIndicador/2249. Acesso em: 26 jan. 2022.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA [FIESC]. Santa Catarina é destaque na gestão de emprego industrial. Observatório FIESC, Florianópolis, 2021. Disponível em: https://observatorio.fiesc.com.br/publicacoes/economia/empregoindustrial202101. Acesso em: 26 jan. 2022.

FRITZ, B. S.; MANDUCA, R. A. The economic complexity of US metropolitan areas. Regional Studies, Ohio, n. 55, v. 7, p. 1299–310, 2021.

GAMA, M. L.; BARACHO, H. U. A formação da desigualdade regional, suas premissas e a questão do Nordeste brasileiro. Revista Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, n. 5, v. 10, p. 235–54, 2014.

GAVIRIA-RÍOS, M. A. Economías externas de red em el sistema de ciudades del eje caferero, 1996-2014. Semestre Económico, Medellín, n. 21, v. 4848, p. 1–15, 2018.

GEODA. GoeDa Center for Geospatial Analysis and Computation. Geoda on Github. Version 1.20.0.8, 2021.

GLAESER, E. L.; KALLAL, K. D.; SCHEINKMAN, J. A.; SHLEIFER, A. Growth in Cities. Journal of Political Economy, Chicago, n. 100, v. 6, p. 1126–52, 1992.

GRANEK, F.; HASSANALI, M. The Toronto Region Sustainability Program: insights on the adoption of pollution prevention practices by small to medium-sized manufacturers in the Greater Toronto Area (GTA). Journal of Cleaner Production, Amesterdã, n. 14, v. 6–7, p. 572–79, 2006.

HENDERSON, J. V. Efficiency of resource usage and city size. Journal of Urban Economics, Amesterdã, n. 19, 47–70, 1986.

HIRSCHMAN, A. O. The Strategy for Economic Development. New Haven, CT, EUA: Yale University Press, 1958.

HOWANIEC, H.; LIS, M. Euroregions and Local and Regional Development-Local Perceptions of Cross-Border Cooperation and Euroregions Based on the Euroregion Beskydy. Sustainability, Basel, n. 12, v. 18, p. 2–21, 2020.

HU, H.; PAN, H.; JING, X.; LI, GUAN.; ZHUO, Y.; XU, Z.; YANG, C.; WANG, X. The spatiotemporal Non-Stationary effect of industrial agglomeration on urban land use efficiency: a case study of Yangtze River Delta, China. Land, Basel, n. 11, v. 5, p. 2–27, 2022.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA [IBGE]. Sistema de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, [n. 148], 2020.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA [IPEA]. Radar IDHM: evolução de seus índices e componentes no período de 2012 a 2017. Brasília: IPEA/PNUD/FJP, 2019. p. 350-56.

JACOBS, J. M. The economy of cities. New York: Random House, 1969.

KITSON, M.; MARTIN, R.; TYER, P. Regional competitiveness: an elusive yet key concept? Regional Studies, Ohio, v. 9, n. 38, p. 991–9, 2004.

KNOB, A. M.; SALOMÃO, I. C. Desenvolvimento regional e localização industrial: uma sistematização das teorias clássicas. Geosul, Florianópolis, v. 35, n. 75, p. 139–67, 2020.

KETELS, C.; PROTSIV, S. Cluster presence and economic performance: a new look based on European data. Regional Studies, Ohio, v. 55, n. 2, p. 208-220, 2021.

MARSHALL, A. Princípios de economia. São Paulo: Nova Cultura, 1982.

MOIRANGTHEN, N. S.; NAG, B. Developing a framework of regional competitiveness using macro and a microeconomic factors and evaluating sources of change in regional competitiveness in India using Malmquist Productivity Index. International Journal of Global Business and Competitiveness, Beijing, n. 15, p. 61–79, 2020.

MORAN, P. A. P. The interpretation of Statistical Maps. Journal of the Royal Statistical Society, Series B, n. 10, v. 2, p. 243–51, 1948.

MYRDAL, G. Economic theory and under-developed regions. London: Duckworth, 1957.

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. 2. ed. Rio de Janeiro: Saga, 1960.

NORTH, D. C. Location theory and regional economic growth. Journal of Political Economy, n. 63, v. 3, p. 243–58, 1955.

PORTER, M. Clusters and the new economics of competition. Harvard Business Review, New York, p. 77–90, 1998.

PORTER, M. E. Competição. [ed. rev. e ampl.]. Campus: São Paulo, 2009.

PORTER, M. E. Competitive strategy: techniques for analyzing industries and competitors. New York: The Free Press, 1990.

PORTER, M. E. The Economic Performance of Regions. Regional Studies, Ohio, n. 37, v. 6/7, p. 549–78, 2010.

PUGA, D. The magnitude and causes of agglomeration economies. Journal of Regional Science, Filadélfia, v. 50, n. 1, 203–19, 2010.

RIDHWAN, M. M. Spatial wage differentials and agglomeration externalities: evidence from Indonesian microdata. Economic Analysis and Policy, Sydney, n. 71, 573–91, 2021.

ROSENTHAL, S.; STRANGE, W. The micro-empirics of agglomeration economies. In: ARNOTT, R.; MCMILLEN, D. (Ed.). A companion to urban economics. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.

SABOIA, J. A continuidade do processo de desconcentração regional da indústria brasileira nos anos 2000. Nova Economia, Belo Horizonte, n. 23, v. 2, p. 219–78, 2013. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-63512013000200001

SÁNCHEZ-ZAMORA, P.; GALLARDO-COBOS, R.; CEÑA-DELGADO, F. Rural áreas face the economic crisis: analyzing the determinants of successful territorial dynamics. Journal of Rural Studies, Amesterdã, n. 35, v. 1, p. 11–25, 2014.

SANTOS, J. M.; JUSTO, W. R. Avaliação da dinâmica do emprego urbano no estado de Pernambuco: 1990–2010. Revista GeoNordeste, Natal, n. 1, p. 23–40, 2016.

SEGARRA-OÑA, M.; PEIRÓ-SIGNES, Á.; MONDÉJAR-JIMÉNEZ, J. Twisting the twist: how manufacturing & knowledge-intensive firms excel over manufacturing & operational and all service sectors in their eco-innovative orientation. Journal of Cleaner Production, Amesterdã, n. 138, p. 19–27, 2016.

SHIN, H.; HWANG, J. Illusions of clustering: a systematic evaluation on the effects of clusters on regional economic performance in Korea. International Regional Science Review, Filadélfia, v. 45, n. 2, p. 135–160, 2021.

SLAPER, T. F.; Harmon, K. M.; Rubin, B. M. Industry clusters and regional economic performance: a study across US metropolitan statistical areas. Economic Development Quarterly, Cleveland, n. 32, v. 1, p. 44–59, 2018.

TYSZLER, M. Econometria espacial: discutindo medidas para a matriz de ponderação espacial. 2006. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) – Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2006.

Downloads

Publicado

2024-10-18

Como Citar

Begnini, S., Eduardo Carvalho, C., & Ricardo Rossetto, C. (2024). Autocorrelação espacial: desempenho econômico dos municípios catarinenses entre 2012-2020. Interações (Campo Grande), 25(3), e2533910. https://doi.org/10.20435/inter.v25i3.3910