Riscos nas atividades de prevenção, preparação e resposta rápida (P2R2) com o transporte de produtos químicos e perigosos em Foz do Iguaçu, PR
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v24i1.3670Palavras-chave:
Gestão de riscos, Riscos Urbanos, Produtos químicos perigosos, Prevenção, preparação e respostaResumo
A cidade de Foz do Iguaçu, PR, está localizada na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina e sedia um dos maiores portos secos da América Latina. Este estudo teve o objetivo de identificar os produtos químicos e artigos perigosos movimentados por meio desse porto, entre 2014 e 2018, assim como os riscos que afetam as organizações locais na prevenção, preparação e resposta rápida (P2R2) a emergências envolvendo esses produtos. A partir do COMEX STAT, foi realizada a identificação dos produtos e, pela técnica de entrevista, foram apontados os riscos organizacionais. Como resultado, foram descritos 284 produtos, totalizando 8.948 transações econômicas e 10.556 milhões de quilos, que foram alocados em 8 classes e 18 subclasses de risco. Por meio do Método de Pareto, foi avaliada a frequência acumulada das transações econômicas e de suas quantidades, verificando-se que, no período estudado, a Classe 3 – Líquidos Inflamáveis e a Classe 8 – Substâncias Corrosivas, juntas, representaram 25% das classes de risco, 70,51% da frequência acumulada das transações econômicas e 80% da quantidade de produtos comercializados. Quanto aos riscos organizacionais, verificou-se que 29,46% das evidências pertencem à categoria “riscos estratégicos”; 28,68%, a “riscos operacionais”; 20,16%, a “riscos de imagem”; 15,50%, a “riscos orçamentários”; e 6,20%, a “riscos legais”. Estes resultados contribuem para que agentes públicos desenvolvam programas de gestão de riscos associados à P2R2 em nível local.
Referências
ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2010.
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES [ANTT]. Resolução n. 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Disponível em: https://anttlegis.antt.gov.br/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&num_ato=00005232&sgl_tipo=RES&sgl_orgao=DG/ANTT/MTPA&vlr_ano=2016&seq_ato=000&cod_modulo=420&cod_menu=5408. Acesso em: 8 mar. 2023.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS [ABNT]. Norma ABNT NBR Brasileira ISO 31000. Gestão de riscos – diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS [ABNT]. ABNT NBR ISO/IEC 31010. Gestão de riscos – técnicas para o processo de avaliação de risco. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
ÁVILA, M. D. G. Gestão de riscos no setor público. Revista Controle: Doutrinas e Artigos, Fortaleza, v. 12, n. 2, p. 179–98, 2016.
ASSOCIATION OF INSURANCE AND RISK MANAGERS IN INDUSTRY AND COMMERCE LIMITED [AIRMIC]. Explained guides: risk and managing risk. London: MARSH, 2018. Disponível em: https://www.airmic.com/technical/library/explained-risk-and-managing-risk. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Decreto n. 9.971, de 14 de agosto de 2019. Altera o Decreto nº 9.992, de 28 de agosto de 2019, que determina a suspensão da permissão do emprego do fogo de que trata o Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no território nacional pelo prazo de sessenta dias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9971.htm. Acesso em: 8 mar. 2023.
BRASIL. Decreto n. 5.098, de 3 de junho de 2004. Dispõe sobre a criação do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos – P2R2, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República; Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5098.htm. Acesso em: 8 mar. 2023.
BRASILIANO, A. C. R. Inteligência em riscos: gestão integrada em riscos corporativos. São Paulo: Sicurezza, 2016.
CAMPOS, V. F. TQC: Controle de qualidade total (no estilo japonês). Belo Horizonte: UFMG, 1992.
CARMONA, C. U. M.; SILVA, T. G.; SILVA, S. P.; SOARES, C. V.; CONCEIÇÃO, L. L. C. Gestão de risco de projetos de inovação: recortes teórico-empíricos. Exacta, São Paulo, v. 12, n. 3, 2014. Disponível em http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81037788002. Acesso em: 2 mar. 2019.
COCURULLO, A. Gestão de riscos corporativos: riscos alinhados com algumas ferramentas de gestão: um estudo de caso no setor de celulose e papel. São Paulo: USF, 2002.
CORDEIRO, F. G. Método para avaliação de risco ambiental de acidentes de trânsito envolvendo produtos perigosos usando análise multicritério. 2014. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) – Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2014.
FINGER, M. I. F.; WALQUIL, P. D. Percepção e medidas de gestão de riscos por produtores de arroz irrigado na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, Santa Maria, v. 43, n. 5, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782013000500029&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 6 abr. 2019.
GLORIA JUNIOR, I.; CHAVES, M. S. Identification and mitigation of risks in it projects: a case study during the merger period in the telecommunications industry. Revista de Gestão e Projetos – GeP, São Paulo, v. 8, n. 3, set./dez. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA [IBGC]. Gerenciamento de riscos corporativos: evolução em governança e estratégia. São Paulo: IBGC, 2017. Disponível em: https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21794/Riscos%20cad19.pdf. Acesso em: 22 mar. 2019.
LAINHA, M. A. J. Proposta de estrutura para implantação de um sistema de prevenção, preparação e resposta a acidentes com produtos químicos perigosos, com aplicação no Litoral Norte do Estado de São Paulo. 2011. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) – Instituo de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, 2011.
LENTSCK, D. H.; RAIFUR, L. Nível de exposição e estratégias de proteção a riscos de mercado nas atividades agrícolas. Revista Capital Científico, Guarapuava, v. 16, n. 2, abr./jun. 2018.
LOPES, C. P. A.; LÔBO NETO, J. B. Matriz de risco como instrumento no planejamento de auditoria de obras públicas: uma proposta metodológica não-paramétrica. Revista Controle: Doutrinas e Artigos, La Rioja, v. 16, n. 2, p. 131–63, 2018.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO [MPDG]. Manual de gestão de integridade, riscos e controles internos da gestão. Brasília: 2017. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/planejamento/controle-interno/manual_de_girc___versao_2_0.pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.
MIRANDA, R. F. A. Implementando a Gestão de Riscos no Setor Público. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2017.
MOURA, R. L. Projetos em parcerias intersetoriais: uma análise sobre riscos. Revista de Administração, Sociedade e Inovação, Volta Redonda, v. 3, n. 1, p. 5–23, jan./jun. 2017.
NEVES, C. P. Diagnóstico preliminar do Risco Ambiental Associado ao Transporte Rodoviário Internacional de Produtos perigosos em Foz do Iguaçu-PR. Revista FLAMMAE, Recife, v. 2, n. 3, jan./jul. 2016. Disponível em: http://docs.wixstatic.com/ugd/08765e_2b840414782c483daeb8f5cfe4a134fc.pdf. Acesso em: 20 jul. 2017.
OLESKOVICZ, M.; OLIVA, F. L.; PEDROSO, M. C. Gestão de riscos, governança corporativa e alinhamento estratégico: um estudo de caso. Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 18–31, abr./jun. 2018.
PORTO, M. F. S.; FREITAS, C. M. Análise de riscos tecnológicos ambientais: perspectivas para o campo da saúde do trabalhador. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, p. 59–72, 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1997000600006&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 5 abr. 2019.
REINO UNIDO; HM Treasury. The Orange Book. Management of Risk – principles and Concepts. London: Treasury, 2004.
RIVEIRA, N. R. Asociaciones público-privadas en la reducción de riesgo de desastres: el caso de la industria química de Coatzacoalcos, México. Gestión y Política Pública, Ciudad de México, v. 26, n. 1, p. 105–38, 2017. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-10792017000100105&lng=es&tlng=es. Acesso em: 14 jun. 2021.
SILVEIRA, D. T.; CÓRDOVA, F. P. A pesquisa científica. In: GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Org.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em: 2 de jul. 2019.
TAVARES, F. O.; PACHECO, L.; PIRES, M. R. Gestão de risco na “PME de Excelência” portuguesas. Tourism & Management Studies, Faro, v. 12, n. 2, p. 135–44, 2016.
TAVARES, A.; SOARES, E.; ANDRÉ, S. C. S.; BARREIROS, C.; PITÉ-MADEIRA, C.; SÁ, R. A. M.; HADDAD, I. R. Gestão do risco não clínico. In: SOUSA, P.; MENDES, W. (Org.). Segurança do paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2014. Disponível em: http://books.scielo.org/id/8h47w/pdf/sousa-9788575415955-17.pdf. Acesso em: 5 mar. 2019.
TAVEIRA, J. C.; PORTELA, R. R.; MENEGANTE, R. R. Transporte rodoviário internacional de cargas perigosas. Interações, Campo Grande, v. 20, [especial], p. 225–36, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.20435/inter.v20iespecial.2526. Acesso em: 30 jun. 2021.
VELOSA, J. N. B. C. Definição de uma metodologia para a avaliação de riscos ambientais, no âmbito da directiva Seveso II – Aplicação a um caso prático. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente) – Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2007.
YIN. R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Laula, JAMUR JOHNAS MARCHI, Virgínia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.