Análise Multicritério para identificação de áreas prioritárias para irrigação, por meio de indicadores socioeconômicos, no contexto da Bacia Tocantins-Araguaia, Região Centro-Oeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v23i4.3601Palavras-chave:
Análise Multicritério, indicadores socioeconômicos, irrigaçãoResumo
Este artigo teve como objetivo identificar as áreas mais adequadas à implantação de sistemas de irrigação, na porção Centro-Oeste da Bacia do Tocantins-Araguaia, por meio da aplicação de Análise Multicritério, considerando indicadores socioeconômicos dos 178 municípios que compõem essa região. Metodologicamente, a partir da pesquisa bibliográfica e documental, os indicadores socioeconômicos foram selecionados em uma amplitude que permitisse uma caracterização econômica, demográfica, social e ambiental da bacia e, ao mesmo tempo, para delimitar áreas passíveis para projetos de irrigação, por meio de entrevistas com especialistas do campo da irrigação e Análise Multicritério. Os resultados evidenciaram que a bacia possui 29,2% da sua área com restrição à implantação de sistemas de irrigação. Por outro lado, mais de 70% da área da bacia apresentou uma classe alta e muito alta de aptidão, verificando-se que a região de maior aptidão se encontra, principalmente, na Região de Planejamento do Nordeste Goiano, considerada estratégica para investimentos, visando à minimização dos desequilíbrios regionais. Nesse sentido, é possível concluir que o método de Análise Multicritério se mostrou satisfatório para este estudo, facilitando a tomada de decisão, em consonância com os objetivos da Política Nacional de Irrigação, que visam promover o desenvolvimento local e regional, com prioridade para as regiões com baixos indicadores sociais e econômicos. Ou seja, os resultados podem contribuir para subsidiar as decisões sobre investimentos a serem realizados, dentro da perspectiva da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, por meio do direcionamento àquelas áreas de maior vulnerabilidade e exclusão social.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO [ANA]. Atlas irrigação: uso da água na agricultura irrigada. 2. ed. Brasília: ANA, 2021.
BELTON, V.; STEWART, T. Multiple criteria decision analysis: an integrated approach. Boston: Kluwer Academic Publishers, 2002.
BEZERRA, J. Região Centro-Oeste. Toda Matéria, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/regiao-centro-oeste /. Acesso em: 20 ago. 2022.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Implementação da Política Nacional de Irrigação apoia o desenvolvimento regional em todo o Brasil. Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/mdr/pt-br/noticias/implementacao-da-politica-nacional-de-irrigacao-apoia-o-desenvolvimento-regional-em-todo-o-brasil. Acesso em: 3 dez. 2021.
BRASIL. Ministério do Desenvovlimento Social [MDS]. Brasil. Brasília, DF, 2020. Disponível em: https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/relatorio.php#Cadastro%20%C3%9Anico. Acesso em: 27 out. 2021.
BRASIL. Lei n. 4771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Brasília, DF, 1965.
CAMPOS, F. R.; BRITO DE SÁ, Ê. K. B.; CARVALHO, C. R. R. Desequilíbrios regionais em Goiás: o caso da região de planejamento nordeste goiano. Revista Formação, Cidade, v. 26, n. 47, p. 51–71, jan./abr., 2019.
CANSI, D. Z. A utilização dos indicadores socioeconômicos na formulação de estratégias para gestão em saúde. 2011. 22 f. Monografia de Especialização (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Organização Pública em Saúde) – Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (CESNORS); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, 2011.
EASTMAN, J. R. ; WEI-GEIN, Gin ; PETER, A. Raster procedures for multi-criteria/multi-objective decisions. Photogrammetry Engineering & Remote Sensing, [s.l.], v. 61, n. 5, p. 539–47, 1995.
ECYCLE. Usos da água: tipos e fatores que influenciam demanda. eCycle, Monções, [s.d.]. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/3223-usos-da-agua.html. Acesso em: 20 ago. 2022.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION [FAO]. Agricultura irrigada sustentável no Brasil: identificação de áreas prioritárias. Brasília, DF: FAO, 2017.
FONSECA, S. F.; AGUIAR, H. H. Autocorrelação espacial entre indicadores socioeconômicos nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Geousp – Espaço e Tempo, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 619–39, dez. 2019.
IBGE. Desemprego aumenta em 12 estados no primeiro trimestre. Portal do IBGE, Rio de Janeiro, 2020a. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/27708-desemprego-aumenta-em-12-estados-no-primeiro-trimestre. Acesso em: 27 out. 2021.
IBGE. População Rural e Urbana. Portal do IBGE, Rio de Janeiro, 2020b. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18313-populacao-rural-e-urbana.html. Acesso em: 27 out. 2021.
IBGE. Censo Agropecuário. Portal do IBGE, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/. Acesso em: 18 mar. 2021.
IBGE. Características da População e dos Domicílios. Portal do IBGE, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/. Acesso em: 18 mar. 2021.
INSTITUTO MAURO BORGES. Índice de Desempenho dos Municípios Goianos – IDM – 2018. Goiânia: IMB, 2019.
INSTITUTO MAURO BORGES. Mapas das Regiões de Planejamento do Estado de Goiás. Goiânia: IMB, 2018. Disponível em: http://www.imb.go.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=97&catid=32&Itemid=179. Acesso em: 27 out. 2021.
JALES, L. F.; SILVA, L. G. N. V.; VASCONCELOS, F. M. Análise multicritério para definição de áreas prioritárias para implantação de projeto de Pagamento por Serviços Ecossistêmicos no município de Brumadinho, MG. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO – SBSR, 16., 13 a 18 abr. 2013, Foz do Iguaçu. Anais [...]. Foz do Iguaçu: INPE, 2013.
JANNUZZI, P. M. Indicadores socioeconômicos na gestão pública. 3. ed. Florianópolis: UFSC, 2014.
LONGARAY, A. A; MUNHOZ, P. R. DA S.; TONDOLO; V. A. G.; QUADRO, R. C. Análise multicritério de decisão e sua aplicação na gestão da saúde: uma proposta de revisão sistemática da literatura. Exacta, [s.l.], v. 14, n. 4, p. 609–18, 2016.
MARINS, C. S.; SOUZA, D. O.; BARROS, M. S. O uso do método de análise hierárquica (AHP) na tomada de decisões gerenciais – um estudo de caso. In: Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional – SBPO, 41., 2009, Porto Seguro. Anais [...]. Porto Seguro: SBPO, 2009.
MELO, L. S. A. Sustentabilidade das empresas listadas na B3: uma análise com base no Framework Integrated Reporting, ODS e ESG. 2021. 109 f. Projeto de Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais) – Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB, 2021.
PIMENTA, L. B; BELTRÃO, N. E. S.; GEMAQUE, A. M. DA S.; TAVARES, P. A. Processo Analítico Hierárquico (AHP) em ambiente SIG: temáticas e aplicações voltadas à tomada de decisão utilizando critérios espaciais. Interações, Campo Grande, MS, v. 20, n. 2, p. 407–20, abr./jun. 2019.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOVLIMENTO [PNUD]; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO [FJP]; INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA [IPEA]. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Brasília, DF, 2013. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/. Acesso em: 27 out. 2021.
RODRIGUES, L. N.; DOMINGUES, A. F. Agricultura Irrigada desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável. Brasília, DF: INOVAGRI, 2017.
SAATY, T. L. The analytic hierarchy and analytic network processes for the measurement of intangible criteria and for decision-making. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. (Ed.). Multiple criteria decision analysis: state of the art – surveys. Boston/Dordrecht/London: Kluwer Academic Publishers, 2005.
SAATY, T. L. How to make a decision: the analytic hierarchy process. European Journal of Operational Research, [s.l.], v. 48, n. 1, p. 9-26, 1990. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/037722179090057I. Acesso em: 27 out. 2021.
SAATY, T. L. The analytical hierarchy process: what it is and how it is used. Math Modelling, Kidlington, v. 9, n. 3-5, p. 161–76, 1987.
SAATY, T. L. A scaling method for priorities in hierarchical structures. Journal of Mathematical Psychology. Maryland Heights, [s.l.], v. 15, p. 234–81, 1977.
SANTORO, M. Tudo o que você precisa saber sobre os tipos de irrigação na agricultura para acertar na escolha. São Paulo, 2021. Disponível em: https://blog.aegro.com.br/tipos-de-irrigacao-na-agricultura/. Acesso em: 20 ago. 2022.
SILVA, S. N.; NEVES, E. Importância do manejo da irrigação. Enciclopédia. Biosfera, Centro Científico Conhecer, Jandaia-GO, v. 17 n. 34, p. 271–88, 2020.
TESTEZLAF, R.; MATSURA, E. E.; CARDOSO, J. L. Importância da irrigação no desenvolvimento do agronegócio. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2002.
VILPOUX, O. F., GONZAGA, J. F.; PEREIRA, M. W. G. Agrarian reform in the Brazilian Midwest: difficulties of modernization via conventional or organic production systems. Land Use Policy, [s.l.], v. 103, n. 2, p. 105327, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landusepol.2021.105327
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Interações (Campo Grande)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.