Avaliação da atenção primária à saúde: comparação entre modelos organizativos
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v23i2.3246Palavras-chave:
Atenção primária à saúde, Avaliação de serviços de saúde, Estratégia Saúde da famíliaResumo
A Atenção Primária à Saúde (APS) refere-se a um conjunto de práticas que objetiva atender às necessidades de saúde individuais e coletivas. Neste nível assistencial, certos atributos devem ser desenvolvidos para garantir a qualidade dos serviços: Primeiro Contato, Longitudinalidade, Integralidade, Coordenação, Focalização na Família, Orientação Comunitária e Competência Cultural. O objetivo deste estudo foi identificar, avaliar e comparar os atributos da Atenção Primária à Saúde, considerando dois modelos organizativos. Realizou-se pesquisa exploratória, transversal-descritiva, aplicando o Instrumento Primary Care Assessment Tool Brasil, versão profissional, a 70 médicos e 33 enfermeiros atuantes na atenção básica de um município do Estado de São Paulo, Brasil. Utilizou-se estatística descritiva e inferencial. A atenção básica tradicional apresentou escores médios acima de 6,6 nos atributos coordenação, longitudinalidade, integralidade – serviços prestados e orientação familiar. Os atributos que receberam baixo escore foram integralidade – serviços disponíveis, orientação comunitária e acesso de primeiro contato, sendo este último o único atributo com escore médio abaixo de 6,6 na Estratégia Saúde da Família. Identificou-se diferença entre os modelos, com resultados melhores na Estratégia Saúde da Família em comparação à atenção básica tradicional, nos escores essencial, derivado e geral. Concluiu-se que a Estratégia Saúde da Família apresentou melhores resultados nos atributos avaliados, representando maior qualidade. Portanto, a ampliação de cobertura por este modelo apresenta-se como estratégia de fortalecimento deste nível assistencial. A aplicabilidade do estudo se coloca a partir do compartilhamento estratégicos dos resultados, para profissionais e gestores, visando à construção conjunta de diretrizes de enfrentamento: sensibilização de agenda prioritária para APS, inserção da Reflexão da Prática como ferramenta de Educação Permanente para as equipes e fortalecimento da parceria da Regional de Saúde (DRS) com a universidade.
Referências
ALMEIDA, E. A. P. P.; SOUTO, P. A. L.; BARRETO, A. Atenção do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família (ESF): potencialidades e limitações. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, Brasília, v. I, n. 3 (extra), p. 129-34, 2018. ISSN 2595-1661. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/44/37. Acesso em: 13 set. 2020.
BISPO, G. M. B., RODRIGUES, M. D. R., CARVALHO, A. C. O., LISBOA, K. W. S., FREITAS, R. W. J. F., DAMASCENO, M. M. C. Avaliação do acesso de primeiro contato na perspectiva dos profissionais. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília, v. 73, n. 3, e20180863, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672020000300173&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. A implantação da Unidade de Saúde da Família. Caderno 1. Milton Menezes da Costa Neto (Org.). Brasília, 2000. (Cadernos de Atenção Básica: Programa de Saúde da Família).
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 21 set. 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 03 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do instrumento de avaliação da atenção primária à saúde: primary care assessment tool PCATool. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010.
CASTRO, R. C. L., KNAUTH, D. R., HARZHEIM, E., HAUSER, L., DUNCAN, B. B. Avaliação da qualidade da atenção primária pelos profissionais de saúde: comparação entre diferentes tipos de serviços. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 9, p. 1772-84, set. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2012000900015&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 3 jul. 2020.
CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION [CDC]. Epi-info. Portal CDC, (online), 2017. Disponível em: https://www.cdc.gov/epiinfo/index.html. Acesso em: 27 nov. 17.
CHOMATAS, E., VIGO, A., MARTY, I., HAUSER, L., HARSHEIN, E. Avaliação da presença e extensão dos atributos da atenção primária em Curitiba. Revista Brassileira de Medicina Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 8, n. 29, p. 294-303, out./dez. 2013. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/139094/000905554.pdf?sequence=1. Acesso em: 4 fev. 2020.
FERREIRA, S. R. S.; PERICO, L. A. D.; DIAS, V. R. F. G. The complexity of the work of nurses in Primary Health Care. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 71, supl. 1, p. 704-9, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672018000700704&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 set. 2020.
FERTONANI, H. P., PIRES, D. E. P., BIFF, D., SCHERER, M. D. The health care model: concepts and challenges for primary health care in Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, p. 1869-78, jun. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000601869&lng=en&nrm=ISO. Acesso em: 10 set. 2020.
FRACOLLI, L. A., MURAMATSU, M. J., GOMES, M. F. P., NABÃO, F. R. Z. Avaliação dos atributos da Atenção Primária à Saúde num município do interior de São Paulo – Brasil. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 54-61, 2015. Disponível em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/155569/A05.pdf . Acesso em: 15 mar. 2020.
GIOVANELLA, L. Atenção básica ou atenção primária à saúde? Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 8, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/rxLJRM8CWzfDPqz438z8JNr/?lang=pt#. Acesso em: 5 abr 2020.
GIOVANELLA, L.; MENDONÇA, M. H. M. Atenção primária à saúde: seletiva ou coordenadora dos cuidados? Rio de Janeiro: CEBES, 2012.
GOMES, M. F. P; FRACOLLI, L. A. Avaliação da Estratégia de Saúde da Família sob a ótica dos profissionais. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza , v. 31, n. 3, p. 1-13, 2018. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/7108. Acesso em: 5 abr. 2020.
LEANDRO, S. S.; MONTEIRO, P. S. Avaliação da coordenação da atenção na perspectiva dos profissionais de saúde. Enfermagem em Foco, [s.l.], v. 8, n. 3, 2017. ISSN 2357-707X. Disponível em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/1097. Acesso em: 10 jul. 2020.
LEÃO, C. D. A; CALDEIRA, A. P.; OLIVEIRA, M. M. C. Atributos da Atenção Primária na assistência à saúde da criança: avaliação dos cuidadores. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, Recife, v. 11, n. 3, p. 323-34, jul./set. 2011.
LIMA, E. F., SOUZA, A. I., LEITE, F. M. C., LIMA, R. C. D., SOUZA, M. H. N., PRIMO, C. C. Avaliação da Estratégia Saúde da Família na perspectiva dos profissionais de saúde. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem [on line]. v. 20, n. 2, p. 275-280, 2016. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/bvsvs/resource/pt/lil-781500?lang=pt. Acesso em: 04/04/2019.
MARTINS, J. S., ABREU, S. C. C., QUEVEDO, M. P., BOURGET, M. M. M. Estudo comparativo entre Unidades de Saúde com e sem Estratégia Saúde da Família por meio do PCATool. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 11, n. 38, p. 1-13, 2016.
MENDES, E. V. A construção social da Atenção Primária à Saúde. Brasília, DF: CONASS, 2015.
PEREIRA, I. B.; LIMA, F. L. Dicionário da educação profissional em saúde. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l43.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020.
PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado em saúde. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, n. 8, 2009. [Cepesc/IMS/UERJ/Abrasco]. Disponível em: https://www.cepesc.org.br/wp-content/uploads/2013/08/Livro-completo.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020.
SANTOS, R. O. M.; ROMANO, V. F.; ENGSTROM, E. M. Vínculo longitudinal na saúde da família: construção fundamentada no modelo de atenção, práticas interpessoais e organização dos serviços. Physis, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, e280206, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312018000200602&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24 ago. 2020.
SILVA, S. A., NOGUEIRA, D. A., PARAIZO, C. M. S., FRACOLLI, L. A. Avaliação da Atenção Primária à Saúde: visão dos profissionais de saúde. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 48, especial, p. 126-32, 2014. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/reeusp/article/download/103059/101346/180386 Acesso em: 7 jul. 2020.
SILVA, S. A.; BAITELO, T. C.; FRACOLLI, L. A. Avaliação da Atenção Primária à Saúde: a visão de usuários e profissionais sobre a Estratégia de Saúde da Família. Revista. Latino-Americana de Enfermagem (online), v. 23, n. 5, p. 979-87, 2015.
STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologias. Brasília: Unesco; MS, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.