Indicadores organizacionais e planejamento sucessório em empreendimentos rurais de grande porte: um estudo no estado de Mato Grosso
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v22i1.2778Palavras-chave:
Empreendimentos Rurais, Indicadores Organizacionais, Planejamento de Sucessão.Resumo
O objetivo desta pesquisa consistiu em verificar a influência dos indicadores de gestão no planejamento de sucessão em empreendimentos rurais de grande porte. Os indicadores utilizados envolvem: liderança, decisão, controle, planejamento, comunicação e motivação das pessoas nas organizações participantes, de forma a identificar o estilo de gestão utilizado pelos seus gestores. Entende-se por sucessão familiar a transferência da gestão de um membro da família para outro membro de geração posterior. Essa questão nos empreendimentos rurais é recorrente; no entanto, as práticas de gestão supracitadas podem minimizar tal situação, o que contribui para a continuidade da organização. O método utilizado foi de base quantitativa e descritiva, utilizando a técnica de levantamento (survey). Os dados foram coletados por meio do Instrumento de Avaliação do Estilo de Gestão, que possibilita recolher informações sobre os indicadores mencionados. Os resultados dos indicadores de gestão relacionados com o planejamento sucessório evidenciam diferenças entre os dois grupos analisados: gestores membros da família e contratados não membros da família. Observou-se que os empreendimentos que planejam sucessão têm melhor percepção de seu desempenho, considerando os indicadores referentes ao estilo de gestão. Desse modo, os gestores membros da família apresentam melhor desempenho quando comparados com os gestores que não são membros da família.
Referências
BIERNACKI, P.; WALDORF, D. Snowball sampling: problems and techniques of Chain Referral Sampling. Sociological Methods & Research, v. 10, n. 2, p. 141-63, nov. 1981.
BLANCO JIMÉNEZ, M.; FASCI, M. A.; VALDEZ, J. A Comparison of management style for Mexican firms in Mexico and the Unit States. International Journal of Business, v. 14, n. 3, p. 251-63, 2009.
BORGES, A. F.; LESCURA, C. Sucessão em empresas familiares: um olhar sobre a pesquisa brasileira. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 36., 2012, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: ANPAD, 2012.
BRASIL. Lei n. 8629, de 25 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal. Brasília-DF, 1993.
CALAÇA, P. A.; VIZEU, F. Revisitando a perspectiva de James MacGregor Burns: qual é a ideia por trás do conceito de liderança transformacional? Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 121-35, 2015.
CHILD, J.; ELBANNA, S.; RODRIGUES, S. The political aspects of strategic decision making. In: NUTT, P. C.; WILSON, D. C. (Edit.). Handbook of Decision Making. West Sussex: Wiley, 2010. p. 105-37.
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL. Mato Grosso exporta US$ 5,2 bilhões em produtos agropecuários nos primeiros quatro meses do ano. Brasília: CNA, 2018. Disponível em: http://www.cnabrasil.org.br/noticias/mato-grosso-exporta-us-52-bilhoes-em-produtos-agropecuarios-nos-primeiros-quatro-meses-do. Acesso em: 24 maio 2018.
CULPAN, R.; KUCUKEMIROGLU, O. A Comparison of U.S. and Japanese Management Styles and Unit Effectiveness. Management International Review, v. 33, n. 1, p. 27-42, 1993.
DAVIS, J. H.; GOLDBERG, R. A. The concept of agribusiness. Boston: Harvard University, 1957.
DE TIENE, D. R.; CHIRICO, F. Exit strategies in family firms: how socioemotional wealth drives the threshold of performance. Entrepreneurship Theory and Pratice, v. 37, n. 6, p. 1297-318, 2013.
DYER JR., W. G. Are you the right type of family business. Organizational Dynamics, v. 39, n. 3, p. 269-78, 2010. DOI: https://doi.org/10.1111/ijmr.12167
DYER JR., W. G.; DYER, W. J. Putting the Family into Family Business Research. Family Business Review, v. 22, n. 3, p. 216-19, 2009. DOI: https://doi.org/10.1177%2F0894486509333042
ERTAS, N. Turnover intentions and work motivations of millennial employees in federal service. Public Personnel Management, v. 44, n. 3, p. 401-23, 2015.
FREITAS, M. E. Cultura organizacional – evolução e crítica. São Paulo: Cengage Learning, 2007.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009.
GLUNK, U.; WILDEROM, C.; OGILVIE, R. Finding the key to German-style management. International Studies of Management & Organization, v. 26, n. 3, p. 93-108, 1996.
GOMES, L. F. A. M.; RANGEL, L. A. D.; RESENDE, R. C. Prioritization of telecommunication projects: decision analysis using the prométhée v method. Revista Economia & Gestão, Belo Horizonte, v. 15, n. 41, p. 311-32, 2015.
GRAFFIN, S. D.; BOIVIE, S.; CARPENTER, M. A. Examining CEO succession and the role of heuristics in early‐stage CEO evaluation. Strategic Management Journal, v. 34, n. 4, p. 383- 403, 2013.
GUPTA, V. K.; JAVADIAN, G.; JALILI, N. Role of entrepreneur gender and management style in influencing perceptions and behaviors of new recruits: evidence from the Islamic Rebublic of Iran. Journal of International Entrepreneurship, v. 12, p. 85-109, mar. 2014.
HUBBARD, H. ALVIM, A. M.; GARROD, G. Brazilian agriculture as a global player. EuroChoices, v. 16, n. 1, p. 3-4, 2017.
IACOB, C. C.; RISTEA, A. L. Organizational Communication and Management of Risk Situations. Valahian Journal of Economic Studies, v. 6, n. 1, p 27-32, 2015.
INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA E AGROPECUÁRIA. Conjuntura econômica. Cuiabá: IMEA, 2018. Disponível em: http://www.imea.com.br/upload/publicacoes/arquivos/07052018204242.pdf. Acesso em: 23 maio 2018.
LEONARD, B.; KINSELLA, A; O’DONOGHUE, C; FARRELL, M; MAHON, M. Policy drivers of farm succession and inheritance. Land Use Policy, v. 61, p. 147-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landusepol.2016.09.006
LIKERT, R. The human organization: its management and value. Nova Iorque: MacGraw-Hill, 1967.
LIKERT, R.; LIKERT, J. G. New ways of managing conflict. Nova Iorque: MacGraw-Hill, 1976.
LOMI, A.; CONALDI, G.; TONELLATO, M. Organized Anarchies and the Network Dynamics of Decision Opportunities in an Open Source Software Project. In: LOMI, A.; HARRISON, R. (Eds.). The garbage can model of organizational choice: looking forward at forty. Emerald Press, 2012. p. 363-97. (Research in the Sociology of Organizations, v. 36).
MAGUIRE, S.; HARDY, C. Discourse and Deinstitutionalization: the Decline of DDT, Academy Management Journal, v. 52, n. 1, p. 148-78, 2009.
MATTE, A.; MACHADO, J. A. D. Tomada de decisão e a sucessão na agricultura familiar no sul do Brasil. Revista de Estudos Sociais, Cuiabá, v. 18, n. 37, p. 130-51, 2016. Disponível em: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/view/3981. Acesso em: 23 maio 2018.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agropecuária Brasileira em Números. Brasília-DF: MAPA, 2019. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br . Acesso em: 2 jul. 2019.
MOREDDU, C.; CONTINI, E.; ÁVILA, F. Challenges for the Brazilian Agricultural Innovation System. EuroChoices, v. 16, n. 1, p. 26-31, 2017.
MORRIS, T.; PAVETT, C. M. Management style and productivity in two cultures. Journal of International Business Studies, v. 23, n. 1, p. 169-79, 1992.
OLIVEIRA, W. M.; VIEIRA FILHO, J. E. R. Sucessão nas fazendas familiares: problemas e desafios. Texto para discussão − Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília-DF: IPEA, 2018.
PETRY, L. I.; NASCIMENTO, A. M. Um estudo sobre o modelo de gestão e o processo sucessório em empresas familiares. Revista Contabilidade & Finanças, v. 20, n. 49, p. 109-25, jan./abr. 2009.
PINTO, L. C. G. Política Agrícola. In: RODRIGUES, R. Agro é paz: análises e propostas para o Brasil alimentar o mundo. Piracicaba: ESALQ, 2018. p. 71-110.
REZENDE, C. L.; ZYLBERSZTAJN, D. Uma análise da complexidade do gerenciamento rural. In: SEMINÁRIOS DE ADMINISTRAÇÃO, 4., 1999, São Paulo. Anais […]. São Paulo: USP, 1999.
ROBBINS, S. P.; DECENZO, D. A. Fundamentos de administração: conceitos essenciais e aplicações. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
ROTHENBERG, R. B. Commentary: sampling in social networks. Connections, Florida, v. 18, n. 1, p. 104-10, 1995.
SEBRAE. Como planejar a sucessão familiar. 2018. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/. Acesso em: 30 abr. 2018.
SERRA, J. P. Manual de teoria da comunicação. Covilhã: Universidade Beira Interior, 2007.
SIMON, H. A. Administrative behavior: a study of decision-making processes in administrative organization. Nova Iorque: Macmillan Co., 1945.
SIMONS, R. Levers of control: how managers use innovative control systems to drive strategic renewal. Boston: Harvard Business School, 1995.
SOUZA, S. C.; MARINHO, S. V., Planejamento estratégico baseado no Balanced Scorecard: um estudo de caso aplicado a uma pequena empresa de segurança. Revista Gestão & Planejamento, Salvador, v. 15, n. 2, p. 213-37, maio/ago. 2014.
SZNITOWSKI, A. M. Uma análise sobre a capacidade absortiva em unidades de produção de soja no Estado de Mato Grosso (Brasil). 2017. 194 f. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, RS, 2017.
THIAGO, F. Estilo de Gestão dos Produtores Rurais Brasileiros. 2017. 197 f. Tese (Doutorado em Administração, área de concentração: Gestão e Regionalidade) – Universidade Municipal de São Caetano do Sul [USCS], São Caetano do Sul, SP, 2017.
THIAGO, F.; KUBO, E. K. M.; PAMPLONA, J. B.; FARINA, M. C. Estilo de Gestão de Produtores Rurais. Revista de economia e sociologia rural, Brasília, v. 58, n. 2, p. 1-18, 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1806-9479.2020.188254. Acesso em: 2 de maio de 2021.
VILCKAS, M., NANTES, J. F. D.; ZUIN, L. F., QUEIROZ, T. R. (Org.). Planejamento e agregação de valor nos empreendimentos rurais. São Paulo: Saraiva, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.