Colonialidade do poder: a formação do eurocentrismo como padrão de poder mundial por meio da colonização da América
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v21i3.2300Palavras-chave:
colonialidade, eurocentrismo, América LatinaResumo
Parte-se da compreensão de que a tradição da cultura política e jurídica na América Latina é reflexo de um processo histórico de colonialidade, exploração, dependência e exclusão de múltiplos segmentos societários. Assim, realiza-se um estudo partindo dos três aspectos que possibilitaram a dominação do norte sobre os países do sul global: eurocentrismo, como matriz cultural; colonialismo, como matriz institucional; e capitalismo, como matriz econômica. Passa-se pela compreensão da formação da modernidade, com base no eurocentrismo e no processo de colonização do continente. Em seguida, analisa-se o novo padrão de poder. E, por fim, busca-se abordar a dependência econômica como produto da colonialidade. Desta forma, o objetivo do presente trabalho é compreender o que tem sido chamado de colonialidade do poder, enquanto produto da invasão ibérica do continente americano. Para tanto, utilizar-se-á, como método, o materialismo histórico e dialético para auxiliar na verificação das contradições fundamentais e secundárias na América Latina e na diferenciação das várias etapas de desenvolvimento dessas contradições e fenômenos. Referências bibliográficas serão utilizadas como instrumento de pesquisa, destacando-se os textos de Aníbal Quijano, Enrique Dussel e Walter Mignolo, com atenção àqueles relativos à colonialidade do poder.
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