Leishmaniose visceral humana: caracterização epidemiológica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2010 a 2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/multi.v30i74.4324

Palavras-chave:

Inquérito Epidemiológico, Leishmania, Lutzomyia

Resumo

Objetivou-se analisar o perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana (LVH) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foi realizado um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e quantitativo, com dados de 2010 a 2022, sendo: ano, mês, idade, raça/cor, sexo, zona de residência, diagnóstico, critério de confirmação e evolução. Foram confirmados 1.262 casos de LVH. Destacou-se indivíduos do sexo masculino, raça/cor parda e faixa etária de 0 a 9 anos. Febre, fraqueza, esplenomegalia, hepatomegalia e emagrecimento foram os principais sintomas apresentados. Dentre os casos positivos, 84,3% eram casos novos, e 12,4% de recidiva. Dentre as recidivas, 75,2% eram de indivíduos HIV positivos. A taxa de letalidade encontrada foi de 5,4%. Conclui-se que, mesmo a taxa de letalidade sendo baixa, é importante a tomada de decisões no que diz respeito à melhoria do controle e da prevenção da doença, pois se trata de uma doença negligenciada, em que casos e óbitos não deveriam ocorrer.

Biografia do Autor

João Olímpio de Moraes Dias, Universidade Brasil

Residente em Medicina Veterinária pela Universidade Brasil, Campus Fernandópolis.

Camile Sanches Silva, Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul

Doutora em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mestra em Zootecnia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Gerente Técnica de Zoonoses pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Danielle Galindo Martins Tebet, Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul

Mestra em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Coordenadora de Vigilância Epidemiológica pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Danila Fernanda Rodrigues Frias, Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul

Doutora em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Mestra em Ciências Veterinárias pela Unesp. Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Brasil. Coordenadora de Saúde Única pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Referências

ALMEIDA, C. P.; CAVALCANTE, F. R. A.; MORENO, J. O.; FLORENCIO, C. M. G. D.; CAVALCANTE, K. K. S.; ALENCAR, C. H. Leishmaniose visceral: distribuição temporal e espacial em Fortaleza, Ceará, 2007 a 2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 29, n. 5, p. 19, 2020.

BARBOSA, I. R. Leishmaniose visceral humana no município de Natal-RN: análise clínico-epidemiológica e espacial. Revista Ciência Plural, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 89-101, 2016.

BARBOSA, I. R.; SILVA NETO, R. D.; SOUZA, P. P.; SILVA, R. A.; LIMA, S. R.; CRUZ, I. D. S.; COSTA, I. C. C. Aspectos da coinfecção Leishmaniose Visceral e HIV no nordeste do Brasil. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v. 37, n. 3, p. 672-687, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de Vigilância em Saúde. [volume 3]. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde [CNS]. Resolução n. 510, de 7 de abril de 2016. Brasília, DF: CNS, 2016.

COIMBRA, V. C. S.; LIMA, M. S.; OLIVEIRA, F. M.; ABREU, W. M.; FERREIRA, J. M. T.; BEZERRA, N. P C. Leishmaniose visceral: perfil epidemiológico dos casos notificados no município de São Luís-MA, no período de 2014 a 2017. Revista Brasileira de Educação e Saúde, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 87-93, 2019.

CORREIA, A. V. G. M. Perfil clínico – epidemiológico da leishmaniose visceral em Teresina – PI. 2015. 88f. Tese (Mestrado em Medicina) - Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.

CUNHA, C. R.; RAMOS FILHO, A. S.; LOPES, T. B.; ARAÚJO, M. H. M.; CALANDRINI, T. S. S.; NEVES, M. N. S.; FECURY, A. A.; MENEZES, R. A. O. Tipificação Epidemiológica dos casos de Leishmaniose Visceral Humana no Brasil, no período de 2013 a 2017. Revista Eletrônica Acervo Saúde, São Paulo, n. 41, e2578, 2020.

DONATO, L. E.; FREITAS, L. R. S.; DUARTE, E. C.; ROMERO, G. A. S. Visceral leishmaniasis lethality in Brazil: an exploratory analysis of associated demographic and socioeconomic factors. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, [S. l.], v. 53, p. e20200007, 2020.

FARIAS, F. T. G.; FURTADO JUNIOR, F. E.; ALVES, A. S. C.; PEREIRA, L. E. Perfil epidemiológico de pacientes diagnosticados com leishmaniose visceral humana no Brasil. C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, [S. l.], v. 12, n .3, p. 485-501, 2019.

IBGE. Cidades e estados do Brasil. IBGE, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 17 abr. 2022.

LIMA, R. G.; MENDONÇA, T. M.; MENDES, T. S.; MENEZES, M. V. C. Perfil epidemiológico da leishmaniose visceral no Brasil, no período de 2010 a 2019. Revista Eletrônica Acervo Saúde, São Paulo, v. 13, n. 4, p.1-10, 2021.

OLIVEIRA, A. M. R.; LIMA, E. R. R.; MEIRELES-BARTOLI, R. B.; SILVA, F. C.; CRUZ, C. A.; PALUDO, R. L. R.; PAULA, E. M. N. Estudo epidemiológico descritivo dos casos notificados de leishmaniose visceral no estado de Goiás no período de 2011 a 2020. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v. 27, n. 2, p. 917-930, 2023.

RANGELL, O.; OLIVEIRA, S. S.; FRANÇA, A. C.; CIARAVOLO, R. M.; HENRIQUES, L. F. Leishmaniose visceral no estado de São Paulo: Tendência geral da letalidade entre 1999 a 2013 e o risco de óbitos por estratificação epidemiológica dos municípios e regionais de Vigilância Epidemiológica entre 2011 a 2013. Boletim Epidemiológico Paulista, São Paulo, v. 12, n. 143, p. 1-8, 2015.

REIS, L. A. L; MARQUES, S. F. F. Leishmaniose visceral em Goiás no ano de 2018. Boletim epidemiológico, Brasília, 2018. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2019-10/boletim-epidemiologico---leishmaniose-visceral-em-goias-no-ano-de-2018-1.pdf. Acesso em: 15 ago. 2023.

ROCHA T, et al. Perfil epidemiológico relacionado aos casos de letalidade por Leishmaniose visceral em Alagoas: uma análise entre os anos de 2007 a 2012. Revista de Ciências Farmacêutica Básica e Aplicada, v.36, p.17-20, 2015.

SANTOS, E. S. M.; FIGUEIREDO JÚNIOR, A. M.; SANTOS, G. B. M.; SILVA, R. F.; MENDONÇA, E. F.; NEVES, R. R.; BORGES, M. N. C. Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [S. l.], v. 23, p. 1-5, 2019.

SILVA, A. B.; FREITAS, F. I. S.; MOTA, C. A. X.; FREIRE, M. E. M.; COÊLHO, H. F. C.; LIMA, C. M. B. L. Análise dos fatores que influenciam a ocorrência da leishmaniose visceral humana. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 26, p. e75285, 2021.

SINAN. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Dados de Leishmaniose Viscela Humana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. SINAN - Planilha eletrônica, Campo Grande, 2023.

SOUSA-GOMES, M. L.; ROMERO, G. A. S.; WERNECK, G. L. Visceral leishmaniasis and HIV/AIDS in Brazil: are we aware enough? PLoS Neglected Tropical Diseases, [S. l.], v. 11, n. 9, p. 1–13, 2017.

SOUSA, J. M. D. S.; RAMALHO, W. M.; MELO, M. A. Demographic and clinical characterization of human visceral leishmaniasis in the State of Pernambuco, Brazil between 2006 and 2015. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 51, n. 5, p. 622-630, 2018.

VIANA G. M. C.; SILVA, M. A. C. N.; PINHEIRO, F. C. M.; BRANCO, R. C. C. Série temporal de casos de leishmaniose visceral em São Luís, Maranhão, Brasil (2001 a 2013): aspectos epidemiológicos e clínicos. Revista de Investigação Biomédica, São Luís, v.7, n. 1, p. 80-90, 2014.

Downloads

Publicado

2025-03-07

Como Citar

Dias, J. O. de M. ., Silva, C. S. ., Tebet, D. G. M. ., & Frias, D. F. R. (2025). Leishmaniose visceral humana: caracterização epidemiológica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2010 a 2022. Multitemas, 30(74), 55–71. https://doi.org/10.20435/multi.v30i74.4324