Hermenêutica filosófica: um ensaio crítico sobre a proposta gadameriana
DOI:
https://doi.org/10.20435/multi.v25i61.2854Palavras-chave:
hermenêutica filosófica, Gadamer, HegelResumo
O presente ensaio pretende: [a] analisar se a proposta de uma Hermenêutica Filosófica, tal como pensou Gadamer, realmente dá conta do fundamento de toda e qualquer hermenêutica; e [b] avaliar a pertinência ou não do locus da filosofia para a hermenêutica. Para atingir esse objetivo, é cogente: [a] evidenciar que a História do Conceito (Begriffsgeschichte) não é capaz de traduzir um núcleo comum de significação para o termo Hermenêutica; [b] reconstruir os argumentos que tornam possível a expressão gadameriana Hermenêutica Filosófica; [c] levantar questões que apresentem a fraqueza central do argumento desde a propriedade especulativa hegeliana, lembrada pelo próprio Gadamer. Este artigo é, por um lado, pesquisa bibliográfica – já que se baseia em referências já consolidadas –, e, por outro, documental, na medida em que pretende revisitar alguns documentos importantes para o resultado. Essencialmente, a discussão é formalmente feita com Gadamer (2008) em seu tratado “Verdade e Método”, o que não impedirá o uso de clássicos da história da Hermenêutica, como: Aristóteles (2016), Schleiermacher (1999), Dilthey (1900), Heidegger (1997, 1999) e o tratado “Ciência da Lógica”, de Hegel (2016), como contraponto. Os resultados preliminares deste artigo problematizam a ideia de Hermenêutica Filosófica e lançam mão da teoria especulativa hegeliana como uma saída para o problema gadameriano.
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