Padrões alimentares e (in)segurança alimentar e nutricional no Programa Bolsa Família
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v21i2.2337Palabras clave:
Políticas públicas, Renda familiar, Hábitos alimentares, Saúde pública, População carente.Resumen
O Programa Bolsa Família (PBF) apresenta diversos efeitos na população com riscos e vulnerabilidades sociais, principalmente em relação à alimentação, educação e saúde. O objetivo foi identificar padrões alimentares de famílias beneficiárias ou não do PBF em município paulista, analisando sua associação com níveis de insegurança alimentar (IA). O estudo incluiu 150 famílias. Aspectos socioeconômicos, demográficos, antropométricos e de consumo alimentar foram avaliados por meio de questionários validados. A IA foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Os padrões alimentares foram calculados utilizando a análise de Cluster. A associação entre a IA e o PBF com padrões alimentares foi testada utilizando o modelo de regressão de Poisson. Foram identificados três padrões alimentares: restrito, saudável e tradicional. O padrão restrito foi associado com menor escolaridade, histórico de anemia, IA moderada (IAM) ou IA grave (IAG) e maior idade média. Na análise não ajustada e ajustada para idade, as famílias com IAM ou IAG foram, respectivamente, 55% e 57% mais propensas a aderir um padrão restrito e 41% menos propensas a seguir um padrão saudável. Ter um padrão saudável ou tradicional foi relacionado à origem dessa população, revelando um elemento importante dentro do conceito de SAN: a soberania alimentar.
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