Toxicidade da formulação obtida a partir do líquido da castanha do caju <em>Anacardium occidentale</em> L. em <em>Artemia salina</em> Leach.

Autores

  • Priscilla Rezende Motti Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, MS
  • Karla Rejane de Andrade Porto Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, MS
  • Antonia Railda Roel Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, MS

Palavras-chave:

bioinseticida, microcrustáceo, concentração letal.

Resumo

O líquido da castanha de caju (LCC) possui comprovada ação inseticida para as larvas de Aedes aegypti. Porém tem elevada volatilidade e fácil degradação que inviabiliza seu uso direto, sendo necessária a sua incorporação em material inócuo e inerte, de forma a não alterar as funções já reconhecidas como bioinseticida. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi determinar as concentrações letais (CL) do produto elaborado a partir do LCC frente às larvas de A. salina L. e avaliar a sua estabilidade. O ativo foi processado por secagem em “spray dryer” e incorporado em um excipiente adequado para a sua solubilização em meio aquoso e, na cromatografia líquida de alta eficiência, apresentou uma incorporação de 87,8%, após em diferentes concentrações (0,5 mg mL-1; 0,25 mg mL-1 e 0,125 mg mL-1) foi empregado nos bioensaios e demonstrou elevada solubilidade em água. Para os bioensaios com Artemia salina Leach., o produto foi diluído em concentrações 0,5 mg mL-1; 0,25 mg mL-1 e 0,125 mg mL-1 em quadruplicata, com um controle positivo e um negativo. Após 24h de exposição, os indivíduos foram analisados segundo a taxa de mortalidade e definida a concentração letal pelo método de Probit. Foi definida a CL10 em 0,1872 mg mL-1, CL50 em 0,3147 mg mL-1 e CL90 em 0,529 mg mL-1. O bioensaio com a A. salina indicou que, mesmo em concentrações menores, o pó foi tóxico e, com base nesses resultados, será necessário dar início a novas etapas de testes clínicos e de ecotoxicidade.

 

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Publicado

2015-11-27

Como Citar

Motti, P. R., Porto, K. R. de A., & Roel, A. R. (2015). Toxicidade da formulação obtida a partir do líquido da castanha do caju <em>Anacardium occidentale</em> L. em <em>Artemia salina</em> Leach. Multitemas, (47). Recuperado de https://interacoes.ucdb.br/multitemas/article/view/153

Edição

Seção

Artigos