Legislação ambiental em área impactada em margem de reservatório de água em Iturama, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.20435/multi.v21i59.2617Palavras-chave:
sanção de demolição, dano ambiental, compensação.Resumo
A legislação ambiental protege os entornos de cursos d’água estabelecendo uma faixa de segurança e autoriza o poder público a aplicar sanção de demolição ao infrator que construir em área de mata ciliar. O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade da aplicação da sanção de demolição aos imóveis no entorno do reservatório artificial de água em Iturama, Minas Gerais. Este estudo, realizado em 2018/2019, consistiu em um levantamento das ações judiciais que determinaram sanções de demolição e de visitas aos imóveis no entorno do reservatório da usina hidroelétrica de Água Vermelha. Concluiu-se que as medidas estabelecidas na legislação têm o cunho apenas punitivo, e não de reparação, já que impor a sanção de demolição de edificações em áreas que nunca tiveram matas ciliares é medida excessivamente prejudicial, que poderia ser mitigada com medidas compensatórias, como a constituição de reservas particulares e greenways, obtendo-se resultados eficazes ao meio ambiente e pedagógicos aos infratores.Referências
ALVES, J. A. L. A declaração dos direitos humanos na pós-modernidade. In: BOUCAULT, C. E. A.; ARAÚJO, N. (Org.). Os direitos humanos e o direito internacional. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Banco de Informações de Geração. [s.d.]. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm . Acesso em: 5 mar. 2019.
BARBOSA, G. S. O desafio do desenvolvimento sustentável. Revista Visões, Macaé, RJ, 4. ed., v. 1, n. 4, p. 1-11, jan./jun. 2008.
BRASIL. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6514.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Resolução CONAMA. Resolução n. 302, de 20 de março de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307 . Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm . Acesso em: 8 jan. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Constituição Federal de 1988, de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm . Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Resolução CONAMA. Resolução n. 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1986, 4 p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7347orig.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Diário Oficial da República dos Estado Unidos do Brasil. Brasília, 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm. Acesso em: 18 out. 2018.
BRASIL. Decreto n. 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Aprova o código florestal que com este baixa. Diário Oficial da República do Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 1934. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D23793.htm . Acesso em: 18 out. 2018.
DIAS, J. A. Da responsabilidade civil. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1983.
ESPÍNDOLA, M. B.; BECHARA, F. C.; BAZZO, M. S.; REIS, A. Recuperação ambiental e contaminação biológica: aspectos ecológicos e legais. Biotemas, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 27-38, 2005.
FERREIRA, G. L. B. V.; SILVA, S. T. Análise dos fundamentos da compensação ambiental. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 44, n. 175, p. 125-37, jul./set. 2007. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/139958/Ril175%20-%20Gabriel%20Ferreira%20e%20Solange%20Silva.pdf?sequence=2. Acesso em: 12 nov. 2018.
FRIEDRICH, D. O parque linear como instrumento de planejamento e gestão das áreas de fundo de vale urbanas. 2007. 273 p. Dissertação (Mestrado em Geografia) − Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2007.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg/iturama.html. Acesso em: 20 fev. 2019.
JOLLIVET, M.; PAVÉ, A. O meio ambiente: questões e perspectivas para a pesquisa. In: VIEIRA, P. F. (Org.). Gestão de recursos naturais renováveis e desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Cortez, 1996.
LEITE, J. R. M.; AYALA, P. de A. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
LEITE, J. R. M.; MELO, M. E. Reparação do dano ambiental: considerações teóricas e normativas acerca de suas novas perspectivas e evolução. 2008. Disponível em: http://www.site.mppr.mp.br/arquivos/File/bacias_hidrograficas/3_Doutrina/Artigo_Ambiental_Reparacao_Dano_1.pdf. Acesso em: 18 ago. 2018.
MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.
MELLO, C. A. B. Elementos de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 1992.
MILARÉ, E. Direito do ambiente: a gestão do ambiente em foco: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
MINASSA, P. S. A incógnita ambiental do princípio da precaução. Revista Direito Ambiental e Sociedade, Caxias do Sul, RS, v. 8, n. 1. p. 158-89, 2018. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/direitoambiental/article/view/4982. Acesso em: 18 out. 2018.
PACKER, L. A. Novo código florestal & pagamentos por serviços ambientais: regimes proprietários sobre os bens comuns. Curitiba: Juruá, 2015.
PETERS, E. L.; PANASOLO, A. Reserva legal e áreas de preservação permanente: à luz da nova Lei Florestal 12.651/12. Curitiba: Juruá, 2014.
SILVA, D. M. Dano ambiental e sua reparação. Curitiba: Juruá, 2008.
SOUZA, E. G.; ARAÚJO, R. N. O. A eficácia da responsabilidade civil frente à prevenção do dano ambiental futuro. Planeta Amazônia: Revista Internacional de Direito Ambiental e Políticas Públicas, Macapá, AP, n. 7, p. 13-22, 2015. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/index.php/planeta/article/view/1738 . Acesso em: 5 mar. 2019.
WIEDMANN, S. M. P. Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN – na Lei n. 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. In: BENJAMIN, A. H. (Coord.). Direito ambiental das áreas protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. p. 190-231.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos publicados na Revista Multitemas têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.