Análise estatística multivariada para estudo da percepção socioambiental em um núcleo metropolitano
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v23i3.3516Palavras-chave:
impactos ambientais, gestão urbana, priorizaçãoResumo
Dentre as diversas necessidades das áreas urbanas, tem-se o acesso ao saneamento básico, que deveria ser uma das prioridades no que se refere ao planejamento urbano. Os impactos ambientais ocasionados em decorrência das deficiências de saneamento colocam em risco diversas pessoas em uma determinada localidade. O Grande Rosa Elze consiste no maior núcleo urbano do município de São Cristóvão e constitui-se como uma área que enfrenta problemas em serviços de saneamento básico em razão do desenvolvimento inadequado relacionado com a irregular prestação desses serviços. Diante dessa situação, este trabalho tem como objetivo analisar a percepção dos moradores do Grande Rosa Elze, a fim de constatar as relações das ações envolvendo os serviços de saneamento com os possíveis impactos ocasionados na área. O método utilizado para explicar esta relação consiste na ferramenta de estatística multivariada, análise de agrupamentos, que realiza a hierarquização das problemáticas apontadas. Os resultados mostraram que a falta de acesso à rede de esgotamento sanitário influencia diversos problemas na concepção da população, principalmente, problemas de alagamentos em períodos chuvosos. Diante deste estudo, é possível perceber que é de significativa importância a aplicação de mitigações que melhorem o acesso aos serviços de saneamento básico, bem como a correção prioritária de ações que ocasionam as problemáticas apontadas.
Referências
ACSELRAD, H.; HERCULANO, S.; PÁDUA, J. A. A justiça ambiental e a dinâmica das lutas socioambientais no Brasil: uma introdução. In: ACSELRAD, H.; HERCULANO, S.; PÁDUA, J. A. Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. p. 9–22.
ALBUQUERQUE, M. A.; FERREIRA, R. L. C.; SILVA, J. A. A.; SANTOS, E. S.; STOSIC, B.; SOUZA, A. L. Estabilidade em análise de agrupamento: estudo de caso em ciência florestal. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 2, p. 257–65, 2006.
AMARAL, L. A.; NADER FILHO, A.; ROSSI JUNIOR, O. D.; FERREIRA, F. L. A.; BARROS, L. S. S. Água de consumo humano como fatos de risco à saúde em propriedades rurais. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 37 n. 4, p. 510–14, 2003.
ANDRADE NETO, C. O. Sistemas simples para tratamentos de esgotos sanitários: experiência brasileira. Rio de Janeiro: ABES, 1997.
AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO [ARSESP]. Pesquisa de satisfação dos usuários residenciais dos serviços de água e esgoto de municípios do estado de São Paulo. São Paulo: ARSESP, 2013. Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ResultadoPesquisaSatisfacaoArquivo/Jales.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.
BARRON, N. J.; KULLER, M.; YASMIN, Y.; CASTONGUAY, A. C.; CONN, R. J.; COPA, V.; DUNCAN-HORNER, E.; GIMELLI, F. M.; JAMALI, B.; NIELSEN, J. S.; NOVALIA, K. N.; SHEN, P. F.; BROWN, R. R.; DELETIC, A. Towards water sensitive cities in Asia: an interdisciplinary journey. Water Science and Technology, London, v. 76, n. 4, p. 1150–7, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.2166/wst.2017.287
BARROS, M. V. F.; SCOMPARIM, A.; KISHI, C. S.; CAVIGLIONE, J. H.; ARANTES, M. R. L.; NAKASHIMA, S. Y.; REIS, T. E. S. Identificação das ocupações irregulares nos fundos de vale da cidade de Londrina/PR por meio de imagem landsat 7. Ra’ega, Curitiba, v. 7, p. 47–54, 2003.
BEM, J. S. D.; GIACOMINI, N. M. R.; WAISMANN, M. Utilização da técnica da análise de clusters ao emprego da indústria criativa entre 2000 e 2010: estudo da Região do Consinos-RS. Interações, Campo Grande, v. 16, n. 1, p. 27–41, 2015.
BUSSAB, O.; MIAZAKI, S.; FRANCISCO, D. Introdução à análise de agrupamentos. São Paulo: Associação Brasileira de Estatística, 1990.
BRASIL. Lei Federal n. 11445, de 5 de fevereiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 jan. 2007.
BRASIL. Ministério das Cidades. Sistema nacional de informações sobre saneamento – SNIS. Diagnóstico das cidades. Brasília, DF, 2020.
BRITTO, A. L.; FORMIGA-JOHNSSON, R. M.; CARNEIRO, P. R. F. Abastecimento público e escassez hidrossocial na Metrópole do Rio de Janeiro. Ambiente e Sociedade, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 183–206, mar. 2016.
CARVALHO, S. A. O direito fundamental ao saneamento básico como garantia do mínimo existencial social e ambiental. Revista Brasileira de Direito, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 6–37, 2012.
CECCONELLO, S. T.; CENTENO, L. N.; LEANDRO, D. Avaliação da qualidade da água subterrânea na zona rural do município de Pelotas, RS. Revista Thema, [s.l.], v. 17, n. 1, p. 57–73, 2020.
DIAS, M. C.; BORJA, P. C.; MORAES, L. R. S. (2004). Índice de salubridade ambiental em áreas de ocupação espontâneas: um estudo em Salvador – Bahia. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, [ABES], v. 9, n. 1, p. 82–92, jan./mar. 2004.
EVERITT, B. S. Cluster Analysis. 3.ed. London: Arnold, 1995. 170 p.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
JACOBI, P. R.; PAZ, M. G. A.; SANTOS, I. P. O. (Org.). Metodologias para o fortalecimento do controle social no saneamento básico. 5.ed. São Paulo: USP, 2016. 52 p.
JOHNSTON, R. J. Multivariate Statistical Analysis in Geography: a primer on the general linear model. 4.ed. New York: Longman Inc., 1989. 280 p.
LEVINE, D. M.; STEPHAN, D. F.; SZABAT, K. A. Estatística: teoria e aplicações usando Microsoft Excel. 7. ed. Palmital, SP: LTC Exatas Didático, 2016. 792 p.
LIMA, A. S. C.; SCALIZE; P. S.; ARRUDA, P. N.; BAUMANN, L. R. F. Satisfação e percepção dos usuários dos sistemas de saneamento de municípios goianos operados pelas prefeituras. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 22, n. 3, p. 415–28, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/esa/a/sqKHhqhMM6kGXPdj65xzzhM/?lang=pt. Acesso em: 8 mar. 2022.
LISBOA, S. S.; HELLER, L.; SILVEIRA, R. B. Desafios do planejamento municipal de saneamento básico em municípios de pequeno porte: a percepção dos gestores. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, p. 341–48, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/esa/a/994sJtj6TWMPMFgFGRF8Fzk/?lang=pt. Acesso em: 8 mar. 2022.
MINAYO, M. C. Enfoque ecossistêmico de saúde e qualidade de vida. In: MINAYO, M. C.; MIRANDA, A. C. (Org.). Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.
PEREIRA, G. C. Habitação e infraestrutura urbana em Salvador e Região Metropolitana. In: CARVALHO, I. M. M.; PEREIRA, G. C. (Org.). Como anda Salvador e sua região metropolitana. [on-line]. 2.ed.; rev. ampl. Salvador: Edufba, 2008. 228 p.
PEREIRA, C. S.; RODRIGUES, M. O. S.; BARROS, C. L. S.; ALMEIDA, B. L. N.; DIOGO, M. L. S. A. Identificação de impactos ambientais provocados pelo lançamento de resíduos sólidos e líquidos no Rio Itapecuru. Nature and Conservation, Aracaju, v. 13, n. 2, p. 58–66, 2020. DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2318-2881.2020.002.0006
POSTIGO, M. D.; BRESSANE, A.; FRANCESCHINI, G.; CHAVES, M. R. M.; LONGO, R. M. Avaliação da eficiência de fossa séptica de baixo custo desenvolvida para o saneamento rural. Engenharia Ambiental, Espírito Santo do Pinhal, v. 14, n. 1, p. 26–35, jan./jun. 2017.
RAMOS, R. R. Saúde ambiental: uma proposta interdisciplinar. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 9, n. 16, p. 67–73, 2013.
RIBEIRO, D. V. Resíduos sólidos: problema ou oportunidade. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.
SALLA, M. R.; SÁ, E.; FERREIRA, P. A. S. C.; MELO, N. A. Relação entre saneamento básico e saúde pública em Bissau, Guiné-Bissau. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 284–96, 2019.
SÃO CRISTÓVÃO (Cidade). Lei n. 218, de 23 de outubro de 2014. Aprova o Plano Municipal de Saneamento Básico nos eixos Abastecimento de Água Potável e Tratamento de Esgoto, e dá outras providências. São Cristóvão, 23 out. 2014.
SILVA, L. E. P. V. C.; AGRA FILHO, S. S. Avaliação ambiental estratégica para programas de saneamento básico: construindo orientações para a etapa de scoping. Bahia Análise & Dados, Salvador, v. 29, n. 2, p. 127–51, jan. 2020. E-ISSN 2595-2064. Disponível em: http://publicacoes.sei.ba.gov.br/index.php/bahiaanaliseedados/article/view/239. Acesso em: 20 jun. 2020.
TONELLA, C. Políticas Urbanas no Brasil: marcos legais, sujeitos e instituições. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v. 28, n. 1, p. 29–52, 2013.
VICINI, L. Análise multivariada da teoria à prática. Santa Maria: UFSM; CCNE, 2005. 215 p.
VON SPERLING, M. Princípios básicos do tratamento de esgotos – princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo Horizonte: UFMG, 1996. V. 2.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Interações (Campo Grande)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.